Editorial – Respeito e confiança

 Respeito e confiança não se impõem, são conquistas. O que vimos na terça-feira em Brasília, durante a constituição da comissão avaliadora do pedido de impedimento da presidente Dilma, foi o pior exemplo possível de baixaria, oportunismo, arrogância e outras qualificações deploráveis na suruba política em transformaram a tão duramente reconquistada democracia… Nem mesmo em reality shows pornolóides,  brigas e trifurcas de bordéis e futebol de várzea é possível encontrar espetáculo tão deprimente que se lhe compare. Há violento cheiro de mutreta no ar, primando o jogo sujo pelo poder e o país que se exploda. Os governistas saíram a vandalizar cabines de votação e buscar pancadaria e, os favoráveis à defenestração e vencedores da votação, tiveram em princípio uma vitória de Pirro, dada a aceitação pelo STF do pedido de liminar para suspender o pleito via decisão monocrática do ministro Edson Fachin. Ficou para o dia 16 o julgamento, sem esquecer que se preparam, para o dia 13, manifestações pelo impeachment. Motivo? Votação secreta que, mesmo se fundamentada no regulamento, é inadmissível moralmente em situação crítica e grave como a atual. Ora, é fato que a população tem todo o direito de saber como votam seus representantes. Aceitando o voto secreto, a oposição nivelou-se aos governistas. Não merecem, tais mequetrefes, nem confiança e nem respeito. É isso.