Bumlai foi fiador de empréstimo ao restaurante São Judas

 O empresário José Carlos Bumlai, preso na semana passada por suspeita de fraudar empréstimos para quitar dívidas do PT, foi fiador de um empréstimo bancário contraído pelo restaurante São Judas, localizado no bairro homônimo em São Bernardo.   Segundo o vereador Rafael Demarchi (PSD), por intermédio do ex-presidente Lula, a família Demarchi conheceu Bumlai e, em 2006, o restaurante contraiu um empréstimo para arcar com a reestruturação. “Nós estávamos negociando com o Bradesco para pegar um empréstimo. Estava difícil porque a taxa de juros era muito alta. O Bumlai, um dia, perguntou como estavam as coisas e meu tio disse que estava apertado. Neste dia, o Bumlai disse que iria tentar nos ajudar. Foi quando ele entrou como fiador no financiamento obtido pelo restaurante. Pela amizade, ele avalizou para que as taxas de juros caíssem”, explicou.Porém, segundo o parlamentar, a família Demarchi, responsável pelo restaurante, não conseguiu pagar o empréstimo. “Nós não conseguimos pagar o banco e sujou o nosso nome e consequentemente sujou o nome do Bumlai também”, disse. Para liquidar o débito com Bumlai, Rafael explicou que houve uma “dação em pagamento” – quando o devedor realiza o pagamento na forma de algo que não estava previsto inicialmente na obrigação estabelecida – com 11 terrenos avaliados entre R$ 170 mil e R$ 730 mil. “No final, fomos prejudicados porque fizemos uma dação com terrenos que valiam mais do que nós efetivamente devíamos. Saímos prejudicados, mas fomos honestos e pagamos tudo que devíamos”. Focal – Segundo dados cartoriais, em 2010, três anos após a “dação em pagamento”, Bumlai começou a revender os lotes pelos mesmos valores a Carlos Roberto Cortegoso, conhecido como Carlão da Focal, que, em 2014, faturou R$ 24 milhões na campanha presidencial de Dilma Rousseff. Na prática, Bumlai não obteve lucro – nem mesmo a inflação do período – com a venda dos terrenos.Futuro – Segundo informações de bastidor, o restaurante São Judas está em fase avançada de negociação. O novo negócio, que deve ser consumado até o final do ano, poderá fazer do local uma casa de Show em parceria com uma emissora de rádio paulista, mantendo parte da atual estrutura, ou então dar espaço a um empreendimento imobiliário.