Cidades

Santo André ganha primeiro Centro de Referência da População Negra

 A prefeitura encerrou a programação do Mês da Consciência Negra com a entrega, na manhã deste sábado (28), do Centro de Referência da População Negra “Januário de Camargo”. O espaço, localizado no CIC (Centro Integrado de Cidadania), na Vila Mazzei, é o primeiro voltado para este público, que hoje representa 52% do total de habitantes da cidade de Santo André.
 
“A gente tem uma presença muito grande da população negra, principalmente aqui na região da Vila Luzita, então, o intuito é justamente ter um espaço em que essa população possa fazer as suas reflexões, as suas discussões, além da troca de conhecimento”, afirmou o Prefeito de Santo André, Carlos Grana, lembrando ainda as ações de revitalização realizadas pelo Governo na região do Adriático. “Quem olha aquela região a um ano atrás e agora,  nota uma mudança radical, ficou bem melhor com o corredor verde, a pista de caminhada, a arborização, as lombofaixas, a academia ao ar livre, entre outras melhorias”, concluiu.
 
Para o secretário nacional de Promoção de Políticas de Igualdade Racial, Ronaldo Ramos, que marcou presença na cerimônia, o Centro hoje é referência e algo determinante na vida de um jovem. “Muitas vezes, pela falta de opção, ele acaba sendo vítimas da violência. Por isso, este Centro se torna fundamental para que as pessoas vejam que é possível sim que os direitos humanos sejam respeitados, é possível sim encontrarmos alternativas contra o racismo, além de ser possível promovermos políticas públicas de igualdade racial”.
 
O espaço tem como missão ser um local para convivência, estudo, apresentações culturais, cursos de aperfeiçoamento técnico em várias áreas, consulta a banco de dados digital sobre a população negra, além de possibilitar o acesso a publicações impressas e virtuais, além de literatura especializada. Haverá também atendimento com orientações para as pessoas que foram discriminadas ou sofreram racismo.
 
“Estamos atendendo uma demanda feita pela própria população negra durante muito tempo e reforçada na última Conferência Municipal da Igualdade Racial, que aconteceu em 2013”, disse o assessor de Políticas de Igualdade Racial de Santo André, Welington Bento.
 
HOMENAGEM – Januário de Camargo foi um escravo que viveu em meados do século XIX e foi libertado. Foi, então, registrado com o nome da família Camargo, uma das mais antigas famílias do Grande ABC. Viveu sozinho em uma grande casa na rua Justino Paixão, no Centro, onde hoje fica a Escola Técnica Júlio de Mesquita.
 
Em 2001, sua história chamou a atenção, quando a Assessoria dos Direitos da Comunidade Negra, juntamente com o Movimento Negro de Santo André,foram informados da retirada da lápide de seu túmulo, considerada um retrato do racismo na época, pois nela, estava escrito: “Aquelle que, apesar da denegrida côr de sua pélle, possuia um espirito de nitida alvura, a homenagem posthuma do funcionalismo municipal de São Bernardo”.
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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