Editorial

Editorial – Mar de lama!

Evitamos falar do desastre do Rio Doce tanto pela cobertura dada pela imprensa nacional e internacional, como pela expectativa quanto às consequências. O mar de lama tóxica que atingiu Minas e o Espírito Santo é, sem dúvidas, a maior tragédia ambiental ocorrida no país. Resulta da ganância ilimitada das empresas envolvidas, a Vale e a BHP Billiton, dada a ausência de fiscalização do Estado. Afinal, tais predadoras custeiam onerosas campanhas eleitorais, de vereadores a presidentes. Num país amorfo e inerte, venal e perdulário, no qual a canalhice política corre pari passu com a poltronice popular, a impunidade reina festeira. A multa preliminar de um bilhão de Reais é dinheiro de cafezinho para as multinacionais e o conserto dos estragos poderá levar décadas, de ser possível. As entrevistas tardias dadas por ministros improvisados e políticos subservientes dão a entender que nada entendem seja de meio ambiente, seja de responsabilidades a atribuir e cobrar. A tragédia do Rio Doce, contudo, é mero reflexo do mar de lama tóxica que cobre o país nos últimos 13 anos. Na consecução de um plano mirabolante de poder e privilégios pessoais e partidários a qualquer custo, os irresponsáveis – para não dizer criminosos – não medem consequências, como as mineradoras mencionadas com seus proveitos. Devastam o que podem sem clemência, limites ou obstáculos e, o país, que se dane. 

Mostrar Mais

Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ver também
Fechar
Botão Voltar ao topo