Foi-se de nós, na terça-feira, o cantor e compositor Sílvio Ramos… Mais um grande artista de São Caetano cuja luz se apagou e mais uma estrela que resplandece no firmamento. Artistas não falecem como nós, simples mortais: vão-se a outros universos e tornam-se encantados, como dizia Guimarães Rosa. Conhecido pelo temperamento afável e a paixão pela música, à qual dedicou sua existência, despontou nos palcos na época da Jovem Guarda e nunca mais parou, abrilhantando festas, shows, enfim, alegrando a cidade, fãs e amigos nos Bailes de Nostalgia, carnavais, no projeto Arte na Praça e, nos últimos três anos, na Festa Italiana. Certa vez o ouvimos cantar, com voz rouca e emocionada, “Champagne”, de Pepino di Caprio, superando ao nosso ver o próprio autor na interpretação. Chegando ao último verso, estávamos quase em lágrimas. Jamais esqueceremos: “Lo so, mi guardate lo so/ mi sembra una pazzia/ brindare solo senza compagnia/ ma io/ io devo festeggiare/ la fine di un amore/ Cameriere: champagne…”. (Eu sei, prestem atenção, eu sei/ Que é sempre uma loucura/ Brindar sozinho sem companhia, mas/ Mas eu, eu devo festejar/ O final de um amor/ Garçom, champanhe…). Pois é, Sílvio Ramos! Brindamos, amigo, à sua trajetória mágica, ao ser cuja sensibilidade a todos nos tocou e cuja arte seguirá em nossos corações e história: jamais ela nos deixará sozinhos…