Editorial

Editorial – Surreais e bisonhos

 Torcedores – mesmo os não necessariamente fanáticos e ensandecidos – querem para seus times os mais excelentes técnicos e jogadores custe o que custar. Não importa que sejam velhacos fraudadores de impostos, fuzarqueiros imorais, culturalmente deploráveis, arruaceiros e mentirosos contumazes. Têm de jogar bola! Senão, exigem que saiam debaixo de gritaria e até porrada. Não há lugar para bisonhos.
É surreal: depois do jogo nada fica senão fugazes e inócuos exaltação da vitória ou desalento da derrota. Materialmente nada muda na vida a cada dia mais difícil, nestes tempos infames nos quais o pão nosso fica sempre mais caro.
Já na política a escolha errada gera fatos dramáticos e permanentes: veja-se o desastroso estado do país, quebrado por canalhas e incompetentes, golpistas e pusilânimes. Em que pese isso, as velhas e novas marafonas eleitoreiras apresentam-se sempre como castas virgens em baile de debutantes, mas, não há vestais nos bordeis. Quem bota os canalhocratas lá?

Jogadores de futebol, alheios ao futuro do país, não são escolhidos pelo povo. Já políticos, igualmente alheios, sim, e podem nos ferrar feio: por exemplo, propondo novos impostos, invés acabar com desperdícios, roubalheiras e punir os ladrões. É a nossa existência que está em jogo. Porém, o tal “povo” delira nas arquibancadas e sumiu das ruas.

Coisas surreais, só aceitas por bisonhos!
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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