Editorial – Último tango

 Parece que o Judiciário resolveu funcionar como devido nos casos dos políticos. A infausta presidente Dilma está sob investigação no TSE – decisão notável, pois até o indigitado ministro Toffoli votou contra o governo – e, mesmo após ceder importantes espaços do poder à base alugada, o Congresso segue sublevado e tirando sistematicamente o seu da reta. O desastre é grande demais para que qualquer sujeito sensato assuma a tarefa de apoiar um governo falido. Tinha ainda pendendo sobre o pescoço a guilhotina do Tribunal de Contas da União. Além da intensa campanha política contra o ministro Augusto Nardes – relator das contas de 2014 – entraram com pedido de impugnação do magistrado no órgão e recurso no STF caso o TCU mantivesse o ministro e derrotasse o governo, jogadas protelatórias fracassadas. Resultado? As contas foram rejeitadas.   É próprio dos ímprobos recorrerem aos tribunais tentando salvar o rabo. Inclusive nas primeiras instâncias – e principalmente nelas – o mar não está para peixe para os que usam o poder para o cometimento de ilícitos. O fato do Ministério Público de São Caetano ter rejeitado o pedido do ex-prefeito José Aurícchio para anular a sessão da Câmara que lhe cassou os direitos políticos, é exemplar. Seguindo o pega-geral saneador, os ímprobos terão de dançar conforme a música para não terminarem bailando seu “Último tango em Paris”… Certo? 

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