Editorial

Editorial – Os bonzinhos e os malvados

 Meio da tarde de domingo e os capitães do mato do sistema deram ostensiva entrevista coletiva: requererão a suspeição e afastamento do relator das falcatruas nas contas do governo, ministro Augusto Nardes (TCU), sob alegação de ter “adiantado o voto” condenando as pedaladas fiscais de 2014 antes do julgamento. E não pode, mesmo! Assim, os ministros Adams (CGU), Cardoso e Nelson creem ter onde se apegar, juridicamente, para blindar a presidente Dilma. De lambuja, consideraram as tais “pedaladas” legais. É muita impertinência! O fato de Nardes ser bocão propiciaria, supreendentemente, a justificativa para protelar e, talvez, derrubar a condenação por malversação de dinheiro público. Com isso dar-lhe-iam sobrevida, de vez que a reprovação das contas geraria cassação de direitos políticos por até oito anos e sua defenestração pelo Congresso. Por que os bate-paus ministeriais têm tal audácia? Ou, o STF cooptado “fatia” a Operação Lava-jato, para engessar o juiz Sérgio Moro? Como um auditor experiente, como Nardes, comete a estupidez de condenar a governante ímproba antes do devido processo legal? E tantas outras barbáries? Simples: o tal do “povo” não está nas ruas. Os “bonzinhos” se omitem, os “malvados” deitam e rolam. Em mais de meio século de luta contra totalistarismos, o que assusta não é a ousadia dos canalhas: é a covardia dos que se dizem íntegros. 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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