Enquanto o país dá braçadas de afogado na economia segue o incêndio em Brasília, numa briga de foice no escuro na qual todos os interesses estão em jogo, menos os do país e seu povo inerte. Lembra muito aquelas cenas dramáticas do Animal Planet ou National Geographic na qual o predador do topo da cadeia alimentar derruba a presa, e imediatamente hienas, coiotes e abutres avançam e se agridem mutuamente para roubarem a carcaça entre si.O desastre está feito e as consequências são muito graves. Todos os partidos políticos, seus membros e torcidas organizadas ou não, estão na base do “farinha pouca”, meu pirão primeiro” e são responsáveis em diferentes níveis, por ação ou omissão. Aí, por mais que nos contrarie, há que impedir a situação de piorar: o ajuste fiscal, por mais injusto, tem de ser feito, e agora. Não há tempo para filosofadas, menos ainda para holofotes.O ministro Levy (já dissemos antes) é como o socorrista que chega a uma ocorrência: não quer saber de culpados, circunstâncias ou origens da tragédia. Quer salvar a vítima, que no caso é a economia do país. Não lhe interessa, também, quem vai pagar a conta da UTI ou do enterro. Para ele, é irrelevante.Não importa quem, ou quê, esteja no poder, quando o risco é certo e iminente. Há que agir. Os tão conhecidos culpados serão ou não punidos em função do grau de vergonha na cara da cidadania. E seguirá o circo.
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.