O processo em andamento no TJ (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) para investigar susposto suborno da Casas Bahia a um promotor público tem novos detalhes revelados, segundo o advogado especializado em defesa do consumidor, Dr. Arthur Rollo.
Ele teve acesso a documentos que acusam o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor à época, Roberto Senise Lisboa, de ter sido subornado pela Casas Bahia para favorecer a empresa no processo sobre a venda casada de seguros estendidos.
Ele teria cobrado R$ 1 milhão pelo descumprimento judicial. O caso sofreu reviravolta com a denúncia da ex-mulher do promotor. Ela denunciou que Roberto cobrava propina de empresas investigadas por ele, inclusive a Casas Bahia.
Procuradores descobriram como o dinheiro teria chegado ao promotor.
O advogado da empresa emitiu três boletos pagos pela Casas Bahia: um no valor de R$ 469.250,00; outro de R$ 375.400,00; e um de R$ 281.550,00; totalizando R$ 1.126.200.
O valor foi retirado pelo advogado em banco próximo ao Ministério Público. Pouco tempo depois, Roberto Senise depositou os valores em sua conta, no banco dentro da entidade.
A Procuradoria-Geral da Justiça denunciou o promotor, um advogado e um ex-executivo da empresa por corrupção e lavagem de dinheiro. Os três são réus em um processo que está em andamento no Tribunal de Justiça de São Paulo. Segundo o Ministério Público, o advogado incriminado ainda recebe pagamento de salário, pois, de acordo com a instituição, não houve perda do cargo.
A Via Varejo, detentora do Ponto Frio e da Casas Bahia, não soube explicar porque pagou os boletos. Condenada a pagar 700 mil reais pela venda casada, também teve o bloqueio de R$ 4,5 milhões.